Navegar no mundo digital: um guia para a literacia mediática crítica
Numa época dominada pelos ecrãs e por um constante afluxo de informação, a questão já não é se usamos os media, mas como. O professor Daniel Fernandes é um educador e investigador pioneiro numa abordagem crítica a este desafio. O seu trabalho, centrado na "educação sem fronteiras" e na "educação para os media", baseia-se na convicção de que uma compreensão profunda dos media é essencial para prosperar na nossa sociedade digital.
Ele vê a mídia não apenas como um mecanismo de entrega de informações, mas como um artefato cultural que molda nossas perceções, identidades e compreensão do mundo.
A aposta de Fernandes na literacia mediática é particularmente oportuna. Com a ascensão das plataformas de mídia social e a crescente sofisticação do conteúdo orientado por IA, a capacidade de distinguir fato de ficção é mais crucial do que nunca. O cenário global da educação está lutando para equipar os alunos com as ferramentas para serem consumidores críticos de informação, e Fernandes é líder nesse esforço. Ele reconhece que, como uma questão de segurança nacional, a capacidade de identificar desinformação é uma habilidade fundamental para uma cidadania engajada e informada.
Para conhecer os alunos onde eles estão, Fernandes criou um ecossistema de mídia rica. Seu canal no YouTube e podcast, "Educação é Pop", são exemplos perfeitos de sua abordagem inovadora. Essas plataformas oferecem conteúdo conciso e envolvente, adotando a tendência de "nano-aprendizagem" que atende aos períodos de atenção modernos e à preferência por formatos sob demanda e compatíveis com dispositivos móveis. Ao utilizar uma variedade de mídias, de quadrinhos a vídeos, ele não apenas ensina sobre mídia, mas também a usa como um veículo de aprendizagem, ajudando os alunos a consumir e criar conteúdo de forma responsável.
A influência de Fernandes vai além das plataformas digitais. Seu envolvimento na criação de uma disciplina de "Educação Midiática" na UFOPA, uma universidade brasileira, demonstra uma mudança sistêmica em direção à integração da alfabetização midiática na educação formal.
Este trabalho é uma prova do fato de que, embora a tecnologia, incluindo a IA, ofereça oportunidades sem precedentes para aprendizagem personalizada e instrução orientada por dados, seu verdadeiro valor está em como a integramos ética e intencionalmente no currículo.
Num mundo em rápida mutação, onde as fronteiras entre os media e a educação são cada vez mais ténues, destaca-se o trabalho de Daniel Fernandes. Seus esforços para conectar o pensamento crítico com a expressão criativa fornecem um roteiro para o futuro.
Ele lembra que o objetivo da educação não é apenas absorver informações, mas capacitar os indivíduos a se tornarem participantes ativos, informados e responsáveis na era digital.
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